domingo, 21 de março de 2010

Capítulo 6 - 2ª Parte

(2ª PARTE)



Sentei-me na cadeira da frente da sala.
O sol ainda não tinha nascido e parecia que ainda ia demorar embora fossem quase 8 horas.
Liguei a TV com esperança que o tempo passasse mais depressa. Comecei a ver um pograma chato e no entanto, bastante informativo. Só me apetecia ter aulas, o que era bastante esquisito.
Ouvi a porta a abrir e os meus colegas a entrarem. O meu irmão sentou-se a meu lado enquanto que os outros se espalharam pelos lugares na sala.



- Bem, hoje, como muitos de vocês já sabem, temos dois alunos novos. A Vitória e o David. Penso que Vitória é um ano mais nova que David, certo? Bom, não interessa. Apenas quero que dêem as boas-vindas aos dois irmãos. – afirmou com um sorriso de orelha a orelha, transmitindo uma ordem.



A aula decorreu sem grandes problemas. Os meus colegas pareciam comportar-se de uma maneira diferente do habitual quando estavam com a directora. Talvez fosse essa mesma razão.
A seguir, tivemos aulas de Arte e de Educação Física.





As aulas correram bastante bem e rápido até.
Era o meu segundo dia no Colégio e confesso que estava a ser melhor do que aquilo que imaginara.
As pessoas eram realmente simpáticas (menos aquela que já sabemos) e pareciam gostar da minha companhia, o que me punha extremamente feliz.
Embora eu não quisesse estabelecer grandes laços com aquela gente, posso dizer que era agradável conversar com elas.
Pela primeira vez na vida, não me sentia deslocada ou rejeitada o que para mim não era nada habitual.




Às 14:00 fui comer, depois de terminar os meus trabalhos de casa.
Estava lá a rapariga ruiva. Ainda nem sequer sabia o nome dela, chamava-a apenas por rapariga ruiva.
Decidi sentar-me ao lado dela e perguntar-lhe o nome.
-Olá. Posso fazer-te companhia?
- Claro, mas já estou quase a ir embora.
- Não faz mal. Vim só perguntar-te como é que te chamavas. É que a minha cabeça não decora muita coisa ao mesmo tempo. - afirmei e sorri, tentando manter uma conversa amigável.
- Chamo-me Sara. - disse a rapariga.



A conversa não avançou muito mais. Ela comeu rapidamente e eu a mesma coisa.
Saí do refeitório e estava a ir em direcção ao meu quarto quando começo a ouvir os mesmos sussurros.
O som intensificava-se à medida que eu ia avançando e como a curiosidade era muita, decidi seguir o som.
As paredes de pedra pareciam implorar para voltar para trás, mas o som agora cada vez mais intenso parecia hipnotizar-me e obrigava-me a avançar.



Andei mais um pouco até as vozes cessarem.
Percebi que era ali que me queriam levar, queriam que eu descobrisse o que se encontrava ali. Mas para quê?
Parei. O meu corpo congelou, porém o meu coração começou a bater freneticamente.
Estava uma porta à minha frente. Uma porta de madeira que simplesmente não pertencia àquele sítio.
- Mas... - tentei murmurar embora o meu coração quase me impedisse de o fazer.



Obriguei as minhas pernas a mexerem-se e aproximei-me. Toquei na madeira que se encontrava húmida e um cheiro putrefacto invadiu as minhas narinas. Aquela porta já devia existir à imenso tempo.
Reparei que possuía cerca de 3 trincos a impedir que a porta fosse aberta e um cadeado cheio de ferrugem.
- Porque é que as vozes me mandaram aqui? - perguntei não conseguindo obter qualquer tipo de resposta.

domingo, 14 de março de 2010

Capítulo 6 - As aulas começam...(1ª Parte)

Aviso: Como este capítulo é assim um pouco grande, decidi fazer duas partes :P
Espero que gostem.
BjO


Senti frio. Senti medo e olhei à volta, estava tudo escuro. E eu estava sozinha.
No meio da escuridão profunda, sozinha. Tal e qual como me sentia neste lugar.




Acordei.
Levantei-me e olhei para o relógio. Eram 5h34 da manhã, embora já não sentisse sono. Fui ao armário e vesti a primeira roupa que encontrei. Uma saia e uma camisola bem quentinha, de marca. Olhei para o meu irmão e vi que ainda dormia. Tomara, ele devia estar exausto depois de tudo o que tinha acontecido.
Decidi deitar-me um pouco na cama e tentar adormecer embora soubesse que não iria acontecer. Cantei uma música que sabia, para mim, para me embalar e acalmar.



Quando voltei a abrir os olhos tudo continuava na mesma. O meu irmão dormia e o silêncio reinava ali (só de vez em quando, pois o meu irmão ressonava).
Decidi levantar-me de uma vez por todas e deixar de fingir que tinha sono.
Devagar saí da cama e pus-me em pé, tentando não fazer barulho.
Subitamente lembrei-me que era terça-feira e que teria aulas. Às 8h e ainda eram 5h30!



Desci as escadas do Colégio e como não tinha sono dirigi-me à cozinha. Peguei num sumo e fui-me sentar numa cadeira. O colégio, àquela hora era tão silencioso, tão calmo.
Comecei a imaginar como estaria a minha mãe e o que estaria a fazer. Possivelmente estava a dormir, para mais um dia de trabalho começar. Talvez não conseguisse dormir como eu e pensasse em nós.



Senti um nó na garganta que quase me sufocava e impedia de beber o sumo. Suspirei e senti os olhos molhados. Apetecia-me desesperadamente a minha mãe ao meu lado, reconfortando-me como muitas vezes fazia.
A porta de vidro da cozinha abriu-se e apareceu a loira diabólica.
Limpei rapidamente os olhos e fingi estar bem.
Ela olhou-me ensonada e dirigiu-se à cozinha.
- Também não consegues dormir? – perguntou-me, sendo amigável o que estranhei.
Abanei a cabeça negativamente.
- Pois. – disse ela.
Reparei que o meu sumo, infelizmente acabara e fui deitá-lo ao lixo. Quando ia a sair ela olhou para mim uma última vez e voltara a ser a rapariga fútil e mimada que se apresentara a mim.



Dirigi-me novamente ao meu quarto e senti que algo não estava correcto. Subi as escadas e aquele local pareceu-me estranhamente familiar. Eu sabia que já conhecia aquele sítio, mas parecia que conhecia este colégio mais do que eu queria. Parecia que conhecia até os cantos mais recônditos, embora só lá estivesse à um dia.
Ouvi o meu nome ser sussurrado pelas paredes e o meu coração bateu contra o meu peito. O que se estava a passar? Estaria eu a ficar louca? Corri até ao meu quarto e comecei a chamar pelo meu irmão. Ele resmungou mas percebeu a minha aflição e levantou-se.



Continuei a ouvir os sussurros, mas desta vez mais intensos.
- Mano, mano! Ouves? - perguntei-lhe completamente passada.
- O quê? Se estás a perguntar se te oiço a gritar, então a resposta é sim! - respondeu-me cheio de sono e sem saber ao que me referia.
- Não é isso! O sussurrar, parece que o colégio está a sussurrar o meu nome... - tentei explicar-lhe mas sabia que não valeria a pena, sabia que não acreditaria em mim.
- Oh, Vicky! Tu está é a alucinar. Vai dormir e deixa os outros dormir, pode ser? Há gente que tem sono, fogo.
- Desculpa. - pedi sentindo-me embaraçada. Eu devia estar mesmo a parecer uma criança com um amigo imaginário.



-Vá, não peças desculpa. O "ouvir vozes" é só o primeiro sinal de loucura. - disse-me ele quase a rir-se.
- Parvo.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Capítulo 5 - Recomeçar

Nova actualização: Olá pessoal, como prometido aqui vai a tão esperada actualização. Deu-me muito trabalho mas logo consegui. Leiam e comentem :D
BjO



Segui atrás deles até ao andar de cima. A directora começou a direccionar-nos para os quartos. Eu dividiria o quarto com o meu irmão a pedido da minha mãe embora não quisesse.
Tentei acompanhá-los e reparei nalguns quartos que possivelmente estavam já ocupados.
Virámos à direita e a directora parou em frente a uma porta de madeira branca e disse-nos que aquele era o nosso quarto.
Senti logo um enorme nervosismo. Eu não queria de todo instalar-me naquela casa, era grande e provocava-me muita curiosidade. Para além das pessoas que lá moravam.

David e eu entreolhámo-nos e quase pude sentir o seu pânico. Desta vez foi a senhora que abriu a porta.
De lá de dentro saiu um cheiro intenso a mofo.
Era um quartinho pequeno com duas camas de madeira, um armário e um espelho.
O quarto era colorido e alegre, mas as paredes também eram de pedra o que lhe dava um ar um pouco frio.
Entrei e franzi o nariz.
- Cheira mal – resmunguei.
A directora riu-se.
- É normal. Este quarto há muito tempo que não é utilizado.
Estranhei. Quantos quartos deviam existir aqui?

- Bem, agora que já sabem onde se situam os vossos quartos, não querem dar uma vista de olhos pelas salas de aula, pela biblioteca e pela sala da televisão? - encostou-se à porta a preparar-se para sair e a esperar pela resposta – Eu vou chamar uma colega vossa para vos mostrar o colégio.
Nem deu tempo para nós respondermos e pôs se fora do quarto.
Virei a cabeça para mirar o quarto e as vistas pela janela.
David suspirou.
- Fogo, não acredito que vou partilhar o quarto com a minha irmã!
- Não te queixes! Não sou assim tão má companhia… - respondi.
- Pois não, não que não és! – refilou ele com ar chateado.
Simplesmente não liguei. Eu já sabia o que tinha ele em mente e, acreditem vocês não querem mesmo saber o que é.

Comecei por ver o armário e verifiquei se as minhas roupas estavam cuidadosamente separadas das do meu “querido” irmão. E estavam.
Só nos restava esperar pela rapariga. Eu desejava, no fundo, que não fosse aquela que me recebera á porta. Tão loira, tão falsa!
Como é que alguém gostava de ser tão vulgar? Eu ainda estava para descobrir como alguém podia ser assim.
De repente os meus pensamentos são interrompidos por um suave “Tock, Tock!”. A porta abriu-se e uma figura feminina apareceu escondida por detrás da porta.

Era bonitinha, as suas madeixas ruivas caiam sobre os seus ombros delicadamente. As suas sobrancelhas cor de fogo, exibiam um belo par de olhos cor de musgo juntamente com umas pequenas sardas espalhadas por toda a sua cara. A sua boca fina estava cuidadosamente pintada com um batom transparente cor-de-rosa.
Encostou-se à porta a medo.
- Olá, a directora disse-me que vocês queriam conhecer o colégio e pediu-me para vos guiar.
Fez um pequeno sorriso ao qual nenhum dos dois se deu ao trabalho de retribuir. A menina pareceu corar e baixou os olhos meia envergonhada.

- Claro, vamos lá então – afirmou o David com uma alegria fingida.
Ela olhou para mim à espera que eu concordasse e eu lá segui o meu irmão.
Andámos durante algum tempo, descemos aquelas escadas de pedra e fomos parar a uma divisão com sofás.

- Bem, aqui é a sala de convívio, onde podem conviver com todos os alunos e amigos cá do colégio, como o nome diz. Mais adiante naquele cantinho é a sala da televisão, embora não seja uma sala. É mais um… cantinho! – a rapariga era simpática, mas palrava, palrava, falava, explicava… Ao fim do dia já eu estava com uma dor de cabeça enorme, com os nomes de todos os cantos decorados na cabeça e além disso com os ouvidos a zunir.

Quando ela acabou de explicar dirigi-me ao quarto com a cabeça tremendamente pesada. Parecia que ia explodir a qualquer momento. E eu não queria que o meu cérebro ficasse exposto a tanta gente logo no primeiro dia.
Deitei-me na cama, que por sinal era confortável e fechei os olhos.
A escuridão por entre as pálpebras parecia estar a resultar, mas o David entrou nesse instante.
- Ufa, estava a ver que nunca mais nos livrávamos da rapariga! – suspirou – Ah, Vicky t‘ás bem? – perguntou preocupado.
Abri os olhos muito rapidamente o que me fez doer a cabeça ainda mais. Gemi.
Os olhos dele estavam vidrados em mim com uma preocupação enorme.
- Sim, está tudo bem. Estou com uma enxaqueca. Acho que não estou habituada a tanto “ruído” se é que me entendes.
Ele sorriu e percebi que conteve uma gargalhada.
David voltou a sair do quarto e eu caí num sono leve. Eu necessitava de descansar. Porém o meu irmão interrompeu-me, mais uma vez.
- Mana, t’ás bem? – perguntou ele perto de mim. Nem foi preciso abrir os olhos para saber que ele estava ao meu lado.
- Eu estou bem. Só quero dormir. Estou cansada.
- Podes dormir depois, mas agora vamos jantar.
- Jantar? Mas afinal que horas são? – Perguntei levantando-me da cama e olhando para o relógio – São sete e meia!? Porque é que não me acordaste?

Encolheu os ombros e descemos para o andar de baixo, para a sala de jantar onde já todos comiam. O meu estômago rosnou, literalmente e tentei perceber o que era o jantar.
Perscrutei cada prato e reparei que eram diferentes. Reconheci salada, biscoitos e peru.
Agarrei num prato e servi-me d'uma boa dose de salada e sentei-me numa mesa onde apenas tinhas três lugares vagos. Porém eram os únicos lugares e a única mesa que se encontravam disponíveis.

Estava lá a rapariga que me tinha dado a enorme dor de cabeça e um rapaz que nunca antes tinha visto.
Era loiro e não o achei propriamente bonito.
O meu irmão de um momento para o outro começou a rir-se às gargalhadas. Parei por breves instantes para avaliar a situação. O que estaria o meu irmão a fazer? Possivelmente a fazer novas amizades, mas como podia ele se tinhamos acabado de aqui chegar?

Estava delicioso. Não ouvia nada à minha volta mas tinha a noção de que o meu irmão e os seus novos amigos estavam a conversar.
De repente senti olhares fixados em mim e virei a cara para eles. Engasguei-me.
- …não é, mana? – perguntou o meu irmão a olhar para mim estupefacto.
- Hã? – indaguei.
- Estamos no mesmo quarto, não é mana?
- Sim… - respondi envergonhada pela minha atitude.
O meu irmão riu-se e os outros fizeram o mesmo.
Baixei a cabeça como medrosa que era e corei, novamente.
Endireitei-me na cadeira e tentei perceber do que os três falavam.

O assunto de que falavam era muito inoportuno. Era mesmo um tema para adolescentes discutirem.
Fingi que ouvia e que concordava com cada um, ficando no meu mundo imaginário. O mundo que só eu conhecia.
De repente, o meu irmão levantou-se e apercebi-me que eu estava a engonhar.
Comi a comida depressa e fomos todos para o quarto. O dia já passara. Eu e o meu irmão deitámo-nos rapidamente e adormecemos logo a seguir.
Nesse noite sonhei e nos meus sonhos eu era feliz. Tentei focar-me nesse objectivo. Eu tinha de ser forte mas sobretudo, tinha de encontrar a felicidade.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Olá, leitores!
Bem, como sabem pelas postagens anteriores não tenho conseguido actualizar devido àqueles pequenos {grandes} problemas.
Pois bem, eu penso que a situação foi resolvida apenas com alguns senãos.
- Lembram-se da Laura, a irmã mais nova e querida da Vitória? Ela agora já não existe tendo deixado de existir a irmã da Vitória.
- O director mudou de sexo {é verdade} e agora é uma mulher.
- Já não existe cozinheira.

Estas são as maiores mudanças na história. Se vocês acharem que esta história perde o interesse sem estas personagens {ou as mudanças nas personagens} digam-me postando um comentário. Se a maioria não gostar das mudanças, a história será cancelada.
Agradeço todo o apoio; peço que sejam sinceros e as minhas mais sinceras desculpas pelas mudanças e o tempo de espera.

Beijos e feliz Ano Novo :)
Maggy

segunda-feira, 19 de outubro de 2009


Olá a todos!

Já decidi como hei-de lidar com este (grave) problema.

Para a semana, em principio, irei actualizar mas com fotos dos sims, portanto peço que compreendam que a história irá sofrer alguns "danos"/ mudanças, não só no texto como talvez nas imagens, pois como sabem a história passará a ser com os sims 3.
Agradeço imenso aqueles que comentaram o meu blog e que nunca deixaram de acompanhar apesar de saberem que eu estava com alguns problemas relativamente a este assunto. Muito obrigado!
=)

Bjos
Maggy

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Olá! Bem, eu tenho uma notícia e não sei bem como hei-de resolver...
Fiz anos à pouco tempo e comprei os sims 3 ( =)) e o meu pai ( para piorar a situação) decidiu que vai formatar o disco onde se encontram os sims 2.
Gostaria de saber a vossa opinião sobre o que devo fazer...
Obrigado!

terça-feira, 1 de setembro de 2009


De repente o director afastou-se e David seguiu-o. Laura e eu fizemos o mesmo.
Começou a dizer qua as nossas inscrições já estavam tratadas e que as nossas coisas já estavam guardadas nos armários dos dormitórios.
Tentei manter um sorriso aberto com todos os meus dentes, mas era dificil. Eu não estava feliz, estava muito triste. A única coisa que consegui produzir foi um esgar meio tristonho.

Abracei a minha irmã como quando viamos um filme com a família reunida.
Tentei afastar essas recordações felizes, porque agora isso já não era o futuro nem o presente. Agora pertencia ao passado e isso nunca mais voltaria a acontecer.
- Vai correr tudo bem, prometo. - disse para a minha irmã que colocava a sua cabecinha no meu ombro e se enroscava em mim - Prometo - repeti, mais para me consolar do que a ela.
- Sim, mana. Vai correr tudo bem.

Assim que nos sentamos o Director foi logo ter connosco, nem passado 5 minutos.
David, como era o mais velho (apenas um pouco mais velho), ficou novamente à conversa com o homem.
O meu coração palpitava de nervosismo e ansiedade. Queria conhecer mais gente e fazer amizades o que para mim era quase impossível, já que na minha outra escola não travara amizades com ninguém.
Queria conhecer o meu quarto e ficar à vontade naquele sítio desconhecido e, sobretudo, integrar-me. Talvez esses fossem os meus desejos naquele momento.
Respirei fundo e descontraí.

A rapariga assim que viu David a aproximar-se, afastou-se e ficou encantada a olhar para ele.
David olhou-a sem muito interesse e, disse-me com a sua voz:
- O director que a mãe nos falou na carta vem receber-nos agora, de seguida. A cozinheira pediu para esperarmos aqui por ele. - afirmou ele ao olhar-me.
Quando acabou de falar a tal rapariga desapareceu pelas escadas.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009


Ela pôs em pé num ápice e quase correu até mim.
- Olá! - saudou a rapariga com ar de gozo - Chamo-me Susana. E tu...és?
- Sou... Sou a Vitória.

Quando a mulher se foi embora é que reparei que não estávamos sozinhos.
Uma rapariga estava deitada no sofá a olhar-nos com desprezo e quase a rir-se da nossa figura. Por momentos fez-me sentir insignificante e encolhi-me um pouco.
A sua cara estava carregada de maquilhagem cara e a sua roupa era, nada mais nada menos, cor-de-rosa.

Começaram os dois a conversar sobre os horários a que eram servidas as refeições. Um assunto que não me interessava minimamente.
Olhei em redor e vi que a Laura estava um pouco insegura quanto aquele lugar.
Passei a minha mão pelo seu braço para a acalmar, ela olhou-me e assegurei-lhe que ia correr tudo bem e que ela não devia ter medo.
Eu sabia que tinha de dizer e sentir aquilo mas era impossível.´
O colégio fascinava-me de um tal forma que até me assutava. Apetecia-me explorar aquele local, conhecer as pessoas daquele sítio.

Dirigiu-se para nós e começou a falar com o David.
- Olá, sejam bem-vindos! Este é o colégio da Lua e espero que se sintam bem. Eu chamo-me Camila Machado e sou a cozinheira! – saudou-nos.
“Boa, a cozinheira veio receber-nos! Agora só nos falta vir aí o homem do lixo para nos receber!” pensei sarcasticamente. O facto é que não estava habituada a este tipo de hospitalidade.

Entrámos um pouco perdidos ainda sem saber se era o local correcto. Entrámos pelo porta da frente e deparámo-nos com uma senhora vestida de cor-de-rosa sentada no sofá. Quando nos viu esboçou um sorriso. Devia estar à nossa espera.

Capítulo 4 – O que será?


A viagem decorreu calmamente. Durante essa noite os meus irmãos adormeceram no avião.
Eu fingia dormir, pois a verdade é que assim que fechava os olhos via a minha mãe. E foi, assim, que nessa noite não preguei olho.
De manhã chegámos à Ilha da Lua, passava pouco tempo das 5 da manhã. Mal podia esperar para sair daquele sítio.
Dirigimo-nos ao táxi e não me lembro do que aconteceu, devo ter adormecido.
Chegámos ao nosso destino, uma hora depois.
Acordaram-me e eu sai do táxi que partiu rapidamente.
- É mesmo aqui, Vicky? – perguntou-me a Laura estranhando aquele sítio.
- Acho que sim... – respondi eu.
Ficámos parados algum tempo em frente daqueles portões enferrujados. O muro era tão alto que não se via nada a não ser a entrada.

Senti-me triste por saber que não voltaria ali mas, infelizmente, já não havia nada a fazer. Abandonei com força as recordações doces de uma infância feliz e todos aqueles sentimentos que me faziam recuar e avancei sem mais olhar para aquela casa.
- Vamos, está na hora.

Com tudo pronto, a noite caiu e eu relembrei a minha infância naquele sítio. Pouco depois o táxi chegou e ficámos a olhar para a casa que outrora fora a casa onde sonháramos.
O táxi apitou impacientemente durante um longo bocado à espera de nos ver entrar pelas portas.

Fosse pelo que fosse chorava e soluçava convulsivamente enquanto David tentava limpar-lhe as lágrimas.

David olhou mais uma vez para o seu rosto familiar e contou-lhe tudo o que dizia a carta. Eu estava sentada na cozinha a ouvir a conversa deles, com remorços e sem saber o que fazia ali sentada, sem tentar aninhar a minha irmã no meu ombro e dizer que iria correr tudo bem.
A minha irmã chorava sem saber bem porquê. Talvez se sentisse abandonada, talvez sentisse saudades dela, ou talvez fosse porque não quisesse dormir no quarto de pessoas desconhecidas.

terça-feira, 18 de agosto de 2009


A Laura estava na sala a ver televisão alegremente, sem saber de nada.
David permaneceu em pé à espera de ganhar coragem suficiente para enfrentar a Laura. Quando se sentiu pronto deu um passo em frente e chamou-a suavemente.
Laura viu o David, levantou-se e dirigiu-se a ele.
- Laura... Bem, tu sabes que vamos para o colégio interno, não é? – perguntou tentando esquivar-se ao assunto até ganhar mais coragem.
- Sim, sei.

A minha irmã chegava da escola às 15 horas e depois tinhamos de nos preparar o mais possivel.
O tempo parecia que queria passar custasse o que custasse. Já eram 15 h 6m.
Havia ainda algumas coisas a fazer antes de partirmos. A Laura ainda não sabia da carta que a nossa mãe escrevera e um de nós teria de lhe contar. Eu não suportava ver a minha irmã triste e David sabia isso. Decidiu então ser ele a contar-lhe.

- A mãe deixou-nos sozinhos...
Não queria acreditar, depois de nos ter inscrito num colégio interno na Ilha da Lua, ainda tinha a indecência de não nos levar lá.
- Meu Deus! Como pôde? – perguntei-me a mim mesma, perplexa.
- Espera... Ela aqui diz que o táxi chega às 19 horas em ponto! – exclamou David.
- São 14h 13 m. – observei olhando para ele.

David deu um berro tão alto que eu corri para lá.
- David, o que aconteceu? – afligi-me olhando para a sua expressão horrorizada.

“Eu devia ter me despedido de vocês, pessoalmente. Queria dizer que vos amo muito, apesar de muitas vezes, eu saber que vocês duvidam de tal.
Peço desculpa se vos magoei e sei que devia ter falado convosco acerca desta minha decisão tão difícil...
Queria só deixar um aviso a ambos, que o táxi que vos levará para o Colégio, chega às 19 horas em ponto. Não quero ninguém atrasado. As vossas malas já lá estão. Não precisam de se preocupar com nada.
P.s – às 20h o avião parte, o dinheiro para o bilhete está nas vossas malas.
P.s.s – quando chegarem peçam para falar com o Director Samuel que ele dar-vos-à as informações sobre os dormitórios e sobre os vossos horários escolares.

Portem-se bem e mil beijos da mãe”

segunda-feira, 17 de agosto de 2009


Se calhar estava na cozinha. Foi para lá.
- Que estranho. A mãe não costuma desaparecer assim... – ao virar-se para entrar numa das casas de banho, deu de caras com uma informação no placard que no dia anterior ali não estava.

- Mãe? Estás em casa?
O silêncio continuou.
Foi ao quarto da sua mãe e nada viu. Estranhou.